sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Máscara

Escolhas são feitas de sentimento, assim como tudo.
O que move o mundo e principalmente os humanos é o sentimento.
Quem sente pensa que sabe. E quem pensa, pensa de mais.

Eis que contar-lhe-ei uma estória de uma moça que sentia. Sentia que estava sozinha, que precisava de alguém para conversar. Procurou, e muito, até encontrar alguém que lhe ouvisse por inteira. E encontrou. E conversou. Muito. Mais do que necessário talvez, mas monologou. Essa moça sentia tanta coisa e trancava tudo dentro de si, deixava tudo guardado. Não queria ver o mundo do lado de fora, ela sentia tudo do lado de dentro. Sentia, via, mas não fazia. Não deixava o que sentia aparecer ao mundo. E então depois de conversar tanto com aquela pessoa paciente que conseguiu ouví-la por tanto tempo, por ver que ela precisava falar, compartilhar tudo que havia dentro de si, lhe disse:
— Por que sentir tanto? Porque não ser feliz? Você está feliz, mas não é. Pode-se ver isso. Já via isso há tempo, só você não vê.
A moça ficou desnorteada. O que faria agora? O que deveria sentir? Deveria sentir? Retiraria a máscara para ver o mundo? Ou continuaria a sentir tudo atrás da máscara? O que está sobre a máscara? E quanta força precisaria ela aplicar na máscara para removê-la? Essa moça, que tanto pensara sobre todas essas perguntas, não conseguira chegar a conclusão que precisava para mudar. O que ela precisaria fazer? No fundo, bem no fundo, ela sabia. A máscara não a deixava ver, ser e fazer. Ela sabe que precisa lutar contra a máscara que ela colocou sobre seu rosto, mas ir para guerra sozinha é suicídio. Por este motivo, sentia-se carente, sozinha e presa. Tudo isso causado pela máscara.